segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Maioria das micro e pequenas empresas usa crédito com juros mais altos

Ao buscar dinheiro para seus negócios, muitos donos de micro e pequenas empresas (MPEs) dizem só recorrer ao banco em último caso. Porém, quando eles usam o crédito oferecido pelas instituições financeiras, boa parte escolhe as modalidades mais caras como cartão de crédito e cheque especial. A constatação é da pesquisa Lado A Lado B Recursos Financeiros, realizada pelo Sebrae-SP que teve o objetivo de entender a visão das duas partes envolvidas no acesso ao crédito: empreendedores e instituições financeiras. 

De acordo com o levantamento, 80% dos empreendedores afirmam usar algum produto de crédito como cartão de crédito, cheque especial, financiamento, desconto de duplicatas, empréstimo e antecipação de recebíveis. Dentro desse grupo, os dois primeiros itens ganham destaque já que 45% dos empresários dizem ter aprovada sua solicitação para utilizar cartão de crédito e 44% mencionaram o mesmo sobre cheque especial. 

Cartão  é apontado como a modalidade de crédito mais usada | Foto: reprodução
Na pesquisa, o Sebrae-SP constatou que em diversos momentos, apesar de sentarem à mesma mesa para conversar, as visões das partes sobre o assunto divergem bastante. Foram feitas perguntas similares para empreendedores e representantes de bancos e as respostas obtidas mostram percepções bem diferentes, até contraditórias, como se os envolvidos falassem de situações distintas. 

Exemplo disso é quando se trata da motivação para buscar crédito. Os dois principais motivos apontados pelas instituições financeiras são injetar em capital de giro, segundo 87% dos entrevistados e comprar máquinas e equipamentos, com 61%. Já na visão do empreendedor, as porcentagens são menores, sendo 38% e 31% respectivamente.

Com relação aos montantes solicitados também aparecem muitas incongruências. Os proprietários de MPEs dizem que solicitam em média R$ 40 mil; segundo 63%, lhes é concedido o montante total e 19% não conseguem nada. As instituições falam em R$ 62 mil em média, sendo que 37% obtêm o total e apenas 1% tem o pedido negado inteiramente. Nesse ponto, surgem mais conflitos nas versões. Na visão de 44% dos empreendedores, não é justificado o motivo da recusa. Já 61% dos bancos dizem justificar com as razões reais.

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