quinta-feira, 21 de julho de 2016

Aposta no universitário empreendedor

Por Luciane Ortega Meneguin, vice-coordenadora da Agência USP de Inovação (AUSPIN) e docente especialista na área de empreendedorismo e gestão da inovação

Chegar à universidade é uma conquista para todo jovem e faz parte do sonho da vida de milhares de brasileiros. Para muitos, essa oportunidade será capaz de transformar a sua história e de sua família. Esse caminho, muitas vezes árduo e cheio de desafios, continua na hora de encontrar uma oportunidade de emprego no competitivo mercado de trabalho de hoje.

As contínuas transformações da economia impõem novos paradigmas àqueles que buscam uma carreira dentro de uma corporação. As oportunidades já são diferentes das gerações anteriores. Aqueles que viram os pais e os avós construírem uma carreira inteira em uma empresa talvez não tenham o mesmo destino ou objetivo. Mas essa geração sabe dos desafios que tem pela frente e encara a possibilidade empreendedora como uma nova oportunidade profissional.

Eles serão os empresários do futuro que têm a missão de abrir oportunidades e vislumbrar possibilidades de negócios onde outros depararão apenas com dificuldades. Esse cenário já começa a despontar no horizonte das universidades brasileiras. Uma mostra do perfil desse novo empreendedor pode ser conferida na pesquisa Empreendedorismo nas Universidades Brasileiras, realizada pela Endeavor e Sebrae em 2014. O levantamento mostra que quase um em cada quatro alunos já é empreendedor. Entre eles, 11,2% atualmente são empreendedores e 12,3% já empreenderam.

É nessa força transformadora que precisamos investir esforços e oferecer as ferramentas para criar um terreno fértil para o nascimento de boas ideias e fortalecimento de empreendimentos robustos. Por isso, a Agência USP de Inovação começou uma pesquisa para mapear os participantes da comunidade USP (alunos, docentes e servidores técnico-administrativos) que possuem empresa. A proposta é conhecer de perto esse público, suas necessidades e áreas de interesse. Os dados desse levantamento oferecerão subsídios para embasar o trabalho da agência por meio da criação de novos programas.

A agência colocou ainda à disposição desse público o Pixel, o primeiro programa de pré-aceleração de empresas. Nossa proposta é oferecer ferramentas para ajudar a melhorar competências empreendedoras de nossos jovens universitários. Vislumbrando as múltiplas possibilidades de empreendimentos no nosso corpo docente, abrimos a oportunidade para as empresas que, inclusive, não tenham todos os membros estudando na USP, possam participar bastando apenas um dos integrantes estar vinculado à universidade para garantir acesso às atividades. O programa ajuda os talentos a buscar alternativas para as suas ideias e transformá-las em produtos e serviços inovadores.

A universidade é um campo fértil para os jovens empreendedores. O meio contribui para o florescimento de novas ideias e a troca de experiências com professores e colegas transformam esse ambiente em força motriz para o empreendedorismo. Mas precisamos contribuir para que essas ideias ganhem força e se transformem em produtos e serviços. Só assim, com a tecnologia aplicada em favor da sociedade, conseguiremos que as inovações se multipliquem.





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