sexta-feira, 10 de março de 2017

Coop aposta nas drogarias de rua e promete investir mais de R$ 50 milhões no ABC

Por Vitor Lima

O diretor-presidente da Cooperativa de Consumo (Coop), Marcio Francisco Blanco do Valle, reuniu a imprensa hoje (10) no prédio executivo da entidade, em Santo André, para apresentar os dados referentes a 2016. Durante a conversa, ele revelou que a entidade está focada em recuperar vendas e melhorar a experiência do consumidor. 

Atualmente com 29 unidades, 11 drogarias de rua e três postos de combustíveis, a Coop fechou 2016 com lucro próximo de R$ 44 milhões. Após os descontos feitos por determinações legais, R$ 16 milhões deste valor voltaram aos cooperados. Em 2016, a Coop registrou crescimento nominal de 7,3%. Contudo, descontado a inflação, o desempenho da entidade foi 3,53% menor, na comparação com 2015. 
Marcio Valle, diretor-presidente da Coop, apresentou os dados hoje (10) | Foto: Divulgação

“No fim de 2013 começamos um trabalho muito forte de reestruturação e, por isso, perdemos vendas. E também sofremos perdas devido ao crescimento dos 'atacarejos'”, admite Valle. Além de obrigar a cooperativa a buscar maior eficiência operacional e de gestão, a crise econômica (que certamente influenciou neste dado) também motivou a cooperativa a mudar o pensamento sobre novas unidades: “Antes da crise nós tínhamos um espectro maior para buscar outros mercados. Por conta da crise, paramos. Decidimos investir onde nós já estamos ou então muito próximo disso”, explica. 

Portanto, as inaugurações da Coop, pelo menos para o futuro próximo, devem se resumir ao ABC, Vale do Paraíba e região de Sorocaba, que são locais nos quais a cooperativa já está instalada. Para este ano, duas novas lojas serão entregues: uma em Ribeirão Pires, que será inaugurada em 18 de abril e outra em Sorocaba, com previsão para abrir as portas em setembro. Uma segunda unidade pode ser inaugurada, ainda este ano, em Sorocaba. O tema passa por estudos. 

Investimentos 

Em 2016, o montante destinado aos investimentos da Cooperativa atingiu a marca de R$ 101 milhões. Deste total, R$ 48 milhões foram destinados para reformar cinco unidades (Industrial e Queirós, em Santo André; Joana Angélica, em São Caetano do Sul; Santana, em São José dos Campos; e a unidade Diadema). Destacam-se os investimentos nas unidades de Santo André: R$ 16 milhões e R$ 14 milhões, respectivamente. 

Cooperativa investiu R$ 101 milhões em 2016 | Foto: Divulgação
Para este ano, os investimentos seguem altos e somam a quantia de R$ 91 milhões. Mais da metade desse valor (R$ 56,6 milhões) serão investidos no ABC, em modernização de outras unidades, equipamentos, tecnologia da informação e na implantação da unidade de Ribeirão Pires.

Valle ressaltou que o principal objetivo da Coop para 2017 é a recuperação de vendas. A meta de crescimento da entidade é de 8%.

Drogarias 

As drogarias ganham, cada vez mais, importância dentro da Cooperativa. Responsável por 16% do faturamento, elas exigem atenção especial dos executivos da corporação, que não escondem a intenção de aumentar o número de drogarias de rua. Porém, os desafios são muitos. “Nós últimos anos abrimos drogarias (11 no total) para experimentarmos a operação. Quando decidimos fazer isso, ir para a rua, nós sabíamos que teríamos outros concorrentes”, reflete o diretor-presidente. 

No ano passado, a Coop “freou” as inaugurações das drogarias e contratou uma consultoria para rever o modelo de negócio. Os trabalhos desta consultoria devem ser concluídos ainda neste semestre. “Nós queremos crescer como negócio”, explica. 

Ao fim da consultoria, a Coop planeja inaugurar cinco novas drogarias de rua ainda neste ano: uma em Sorocaba e outra em São José dos Campos – as outras três unidades ainda não têm local definido.

Novos serviços

Em 2016, a Cooperativa lançou dois novos serviços: em agosto, na loja Industrial, foi lançado o caixa automático (que permite que os clientes registrem e paguem as compras sem o auxílio de nenhum funcionário) e, em novembro, o Coop Retira (no qual os clientes selecionam os produtos pela internet e passam na loja da Industrial apenas para retirar os produtos). 

Na avaliação de Valle, ambos os serviços “estão sendo muito bem recebidos pelos cooperados”. Entretanto, o executivo opina que eles ainda “estão subutilizados”. 

O primeiro serviço, contudo, já apresenta resultados mais concretos. Tanto é que todas as novas unidades já serão inauguradas com este serviço e existe a intenção de ampliar o caixa automático para outras unidades que já estão em funcionamento. Por outro lado, o Coop Retira ainda passa por estudos e não existe nenhuma garantia de que o serviço seja ampliado.



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