terça-feira, 12 de setembro de 2017

Franquia é opção para sair do desemprego

Por Vitor Lima

Em agosto, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou o desempenho trimestral do setor. De acordo com a Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising, o mercado de franquias brasileiro registrou um crescimento nominal de 6,8% no segundo trimestre do ano, na comparação com o mesmo período de 2016. O faturamento, entre abril e junho, avançou de R$ 35,180 bilhões para R$ 37,565 bilhões. 

Embora o índice registrado no segundo trimestre de 2016 (crescimento de 8,1%) seja maior do que o deste ano, considerando-se a inflação (o IPCA acumulado de 12 meses foi de apenas 3%), o resultado deste ano foi superior e apontou ganhos significativos frente um panorama macroeconômico ainda desafiador. Considerando-se períodos mais longos, de 6 e 12 meses, nota-se que o setor mantém um ritmo de crescimento nominal moderado na casa dos 8%.
Altino Cristofoletti Júnior é o presidente da ABF | Foto: Divulgação 

As explicações para o desempenho positivo do setor são algumas: o aumento do desemprego “empurrou” parte da população para o empreendedorismo e o franchising, por oferecer suporte aos franqueados, é visto com bons olhos pelos empreendedores de primeira viagem. Na visão da ABF, alguns indicadores macroeconômicos (como a queda da inflação, a expansão do crédito às famílias e a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto – PIB –, mesmo sendo extremamente tímida) também podem ter contribuído para os dados. Une-se a esses elementos, o saque das contas inativas do FGTS e a constante busca do setor de franquias para aumentar sua participação no mercado e para reconquistar o consumidor. 

Nas palavras do presidente da entidade, Altino Cristofoletti Júnior, “paulatinamente, o setor vem fortalecendo seu crescimento em termos reais. Isso é muito importante visto que no período enfrentamos um mês de deflação e severas incertezas políticas. Esse desempenho mostra a capacidade de reinvenção do setor e os benefícios da operação em rede”. 

Quanto ao movimento de abertura e fechamento de unidades, o levantamento sugere um ritmo moderado. No segundo trimestre deste ano, houve aumento de 3,2% na quantidade de pontos de venda na comparação com o mesmo período do ano passado, que totalizam quase 145 mil unidades de franquia em operação no País, e fechadas 1,3% – um saldo positivo de 1,9%. 

Para Cristofoletti Júnior, “estamos passando por um período de maior conservadorismo na expansão, mas é ainda muito considerável o número de redes e empreendedores que continuam em movimento, tanto visando ganhos de curto prazo, como ocupando mercado para quando a economia se recuperar”. Atualmente, atuam no Brasil 2.979 redes de franquias. 

Franquias de baixo investimento

Para acolher os empreendedores de primeira viagem, que geralmente possuem pouco capital, as franqueadoras adaptaram-se e passaram a oferecer opções mais baratas de franquias. De acordo com a ABF, os planos de negócio de até R$ 30 mil de investimento tiveram crescimento de 45% em número de marcas nos últimos quatro anos.

Como parte dessa adaptação, o modelo microfranquias e home based tem ganhado mais opções no mercado. Entre as vantagens desta modalidade, além da possibilidade de gerir o negócio da própria residência, é a economia com os custos fixos (ponto comercial, instalações, contas cotidianas do escritório e afins). 

De acordo com o consultor especializado em franquias, pesquisas e evolução do mercado, Pedro Almeida os modelos home-based, estão crescendo, já representam uma grande parte da economia nacional e são promissores. “Juntas, todas as unidades neste formato somam R$ 406,4 milhões em faturamento”, explica. “É preciso disciplina e trabalho por parte do empreendedor para que o sonho de ter um negócio de sucesso se torne realidade”, acrescenta o também diretor da Franchise Solutions.

Uma das redes que contam com a opção de franquia home-office é a English Talk, rede de ensino de inglês para adultos. O presidente e fundador da empresa, Rogério Gabriel, comenta o avanço da modalidade. “Esse formato, que possibilita trabalhar em casa, tem atraído investidores que desejam gastar pouco. Outra vantagem é o fato de que esse tipo de franquia não exige dedicação em tempo integral, ou seja, o franqueado pode continuar em seu emprego ou mesmo investir em outros empreendimentos, além da flexibilidade de horários”, explica.

Para os interessados em entrar no mercado de franquias, o Negócios em Movimento selecionou algumas redes que buscam franqueados, de segmentos distintos. Confira as sugestões abaixo: 

NYS Collection Eyewear

No mercado há mais de 20 anos, a marca americana especializada em óculos, está presente em 40 países com mais de mil pontos de venda. No Brasil, a rede iniciou a expansão por franquias em 2014 e lançou, recentemente, a opção home-based. 

Investimento inicial total: R$ 15 mil
Taxa de franquia: R$ 5 mil
Capital de giro: R$ 3 mil
Royalties: 15% do valor das compras 
Taxa de publicidade: 2% do valor das vendas
Faturamento médio mensal estimado: R$ 4,5 mil
Retorno sobre investimento estimado: de 6 a 8 meses

CI Intercâmbio e Viagem

Fundada em 1988, a CI foi criada para facilitar o acesso dos brasileiros à educação internacional e a outras culturas. A empresas possui mais de 100 unidades no Brasil e também conta com o formato home-based. 

Taxa de franquia - R$ 3 mil
Investimento médio (incluso capital de giro) - R$ 4 mil
Faturamento médio mensal estimado: R$ 30 mil
Prazo médio para retorno do investimento - três meses
Royalties – não

English Talk

A modalidade home-based da English Talk é voltada a professores de inglês. criada em 2015, a rede oferece ensino especializado de inglês para adultos. Além da flexibilidade de horários, o franqueado tem acesso à tecnologia e material didático da rede, para utilizar com seus alunos, em casa.

Taxa de franquia - R$ 5 mil
Investimento inicial - R$ 12 mil
Faturamento médio mensal estimado: R$ 6 mil
Prazo médio para retorno do investimento – de 12 a 18 meses
Royalties – R$ 250 fixos



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