segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Especialista enumera três passos para uma vida financeira saudável

Da redação

Estar endividado é algo que faz muita gente perder o sono. Para equilibrar o orçamento, o contador Luiz Antonio Leal, do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRCRJ), enumera três passos importantes: planejamento, execução e controle. Ele explica o passo a passo para iniciar o método, a partir de janeiro, e passar o ano sem dor de cabeça. 

Planejamento dos gastos é o primeiro passo para o controle financeiro | Foto: reprodução 
“Tudo gira em torno do orçamento, mas não é assim tão fácil para uma pessoa que não tem o hábito de fazer um planejamento orçamentário, começar a fazer de uma hora pra outra. Tem todo o processo da pessoa ir se acostumando, mês a mês. É realmente uma mudança de cultura”, explica o conselheiro do CRCRJ.

Obter o equilíbrio financeiro remete a alguns hábitos. É muito comum as pessoas conduzirem suas finanças só de cabeça. Esse processo é chamado de contabilidade mental. O desenvolvedor dessa teoria, o norte-americano Richard H. Thaler, de 72 anos, recebeu  o Prêmio Nobel de Economia 2017, por ter desenvolvido a tese que explica como as pessoas tomam decisões econômicas, às vezes, rejeitando a racionalidade.

“Nossa natureza é gastar, é ser emocional, mas isso só passa a ser efetivamente um problema quando a cultura do ‘eu mereço’ fala mais alto e o tempo todo. É preciso combater esse comportamento, colocando os gastos no papel ou em uma planilha”, pontua Leal.

De acordo com o contador, o primeiro passo para o controle financeiro é o planejamento dos gastos, mas para uma pessoa que não tem o hábito de controlar os valores que entram e saem de sua conta, seria preciso inverter a ordem do passo a passo. A primeira etapa então passa a ser a da execução, que é anotar tudo. 

Assim, o contador sugere que é preciso se acostumar com as anotações de gastos e recebimentos, para só então montar um demonstrativo que chamamos de mês típico. Por exemplo, o indivíduo foi almoçar e gastou R$ 30, então, anota em um papel ou em uma planilha o valor e como foi pago, se foi dinheiro, cartão de credito, débito ou vale refeição.

A partir daí, se entra no segundo passo, que é o planejamento. Para projetar a semana ou o mês seguinte, é preciso projetar quantas vezes irá almoçar em restaurantes, quantas vezes irá gastar R$ 30 ou mais nas refeições. Dessa forma a pessoa pode verificar se está gastando mais do que o dinheiro que recebe e, assim,  vai se acostumando com a realidade financeira, para começar a traçar um planejamento financeiro baseado nela. Primeiro se planeja os gastos da semana, depois do mês e do ano.

Outra forma típica de planejar o mês seria consultando as contas do mesmo período do ano anterior. No primeiro trimestre do ano, por exemplo, há gastos diferenciados – como IPTU, IPVA, material escolar, férias – que não ocorrem em outros meses, como em maio. Com base nessa informação, já se sabe que é preciso ter uma reserva extra para cobrir os gastos desse período, além de não incorrer em novas dívidas. 

O terceiro passo é o controle, que é conferir se os valores projetados para determinado período realmente aconteceram como planejado. Por exemplo, ao final do mês, o indivíduo constatou que o gasto previsto para o IPTU foi de R$ 700, mas o valor pago foi de R$ 750. Houve um gasto excedente de R$ 50, mas em compensação gastou-se R$ 80 reais a menos com gasolina. A economia com combustível ajudou a pagar o excesso do IPTU e dessa forma o orçamento não entrou no vermelho.

“As coisas vão sendo conduzidas com o tempo. É normal que alguém que não esteja habituado a fazer orçamento esqueça de anotar algumas coisas no começo. Mas é importante não desistir se algo fugir ao controle. Se for constatado que se está gastando mais do que ganhando, a primeira providência é entender o porquê desse gasto excedente e estabilizar isso, cortando despesas supérfluas. Depois é preciso entrar no processo dos três passos novamente. Ao longo do tempo as coisas vão entrando nos trilhos e melhorando”, conclui Leal.



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